terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tecnicas e Tecidos.

Sustentabilidade.
A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para ser sustentável, um assentamento ou empreendimento humano, necessita atender a 4 requisitos básicos, sendo: ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.
Colocando em termos simples, a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora quanto para o futuro indefinido. Segundo Brundtland no final de 1987, sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

As técnicas e os tecidos.
De acordo com as fibras utilizadas na execução do tecido, as pastas terão reações diversas, nas quais obter - se – a beneficiamentos diferenciados e especiais, sejam eles artesanais ou serigráficos.
É de grande importância, que o design (estilista), entenda e conheça as técnicas e os resultados obtidos entre a relação tecido x processo de estamparia.

Resultados obtidos nos tecidos:
Meia malha – 100% algodão – Podem ser utilizadas as pastas à base de água, e solvente (plastisol). As pastas corrosíveis (RONGALIT C, que reage a partir de um ácido x temperatura), precisam de tecidos com tinguimentos específicos, para se obter uma reação química que ira eliminar o corante existente na fibra deste. Nos tecidos de cor preta o tingimento devera ser especial para corrosão de pasta, sendo que as tonalidades de verde - turquesas não reagem a nenhum processo de corrosão.
As tintas básicas (plastisol, clear, mix e branco) são utilizadas sem nenhum problema desde que aplicadas de forma correta.

Meia malha – 50% algodão – 50% poliéster –
Neste caso a fibra que será corroída é somente o algodão, pois as fibras sintéticas não reagem ao acido. Também se pode obter outra reação (de acordo com o reagente) ao qual a fibra de algodão (sempre a fibra natural) será destruída e eliminada após ser polimerizada. Nas malhas o tecimento deverá ser trama e urdume, caso contrário a mesma se desestruturara.
Já no tecido plano como no jeans será permitida trama e urdume como somente trama ou urdume, desde que o desenho impresso seja compatível com esta técnica.
A partir desta quantidade de poliéster (de 50% a 100%), podemos usar a técnica de sublimação.
As tintas básicas (plastisol, clear, mix e branco) são utilizadas sem nenhum problema desde que aplicadas de forma correta.
É sempre importante observar a composição dos tecidos.

Tecido sintético – (100% poliéster) –
Deve ser utilizado de preferência, o plastisol, mas os fabricantes da pasta serigráfica, oferecem outros produtos desenvolvidos de acordo com a necessidade do mercado. É importante testar a tinta antes da aplicação definitiva, pois, nem sempre ira atender ao acabamento desejado.

Tecido com poliamida –
O mercado ainda encontra restrições para este tipo de fibra. É necessário testar sempre, pois, principalmente o acabamento têxtil aplicado no tecido compromete a solides das tintas aplicadas, como por exemplo, na LAYCRA.
Não é recomendado se fazer sublimação em tecido com fibra de poliamida.

Tecido de viscose –
É possível usar tintas a base de água e solventes. E importante conhecer as opções de tintas e acabamentos oferecidas no mercado. Algumas oferecem um toque macio e agradável (pasta de alto custo e corrosível), outras que darão bom resultado de acordo com a procedência do material utilizado, e a forma de aplicação, mesmo assim algumas vezes apresentarão rachaduras na superfície da tinta aplicada.

Outras fibras e composições variadas
Devem ser sempre testados, assim se terá mais segurança na realização do trabalho oferecido ao cliente, principalmente quando se trata de uma técnica especifica.
Estampas em acessórios de moda.
A estamparia esta presente também no beneficiamento de acessórios da moda, dando a estes, conceito, estilo e individualismo.

Tinturas naturais da Idade Média

Os principais corantes usados foram a GARANÇA (vermelho) e o PASTEL (diversos tons de azul). Mas também o QUERMES (tintura vermelha) e a GAUDA (tonalidade verde-amarelada).

O desenvolvimento do comércio facilitou a introdução dos corantes a mordente, como o açafrão (amarelo) e o cártamo (vermelho), vindos das regiões meridionais - trazidos pelos
O alúmem era o principal fixador utilizado. Os fixadores eram também extraídos de plantas locais e cinzas da queima de determinadas árvores eram usadas na tintura e lavagem dos tecidos.

G A R A N Ç A

É a tintura vermelha extraída da raiz da garança (Rubia tinctorum) é a mais conhecida das tinturas vegetais, a que oferece a cor mais firme e a utilizada há mais tempo – certamente desde a Pedra Polida (10.000 a 4.000 a.C.).
Originária da Ásia, sendo cultivada na Idade Média também na Europa e no Oriente Médio.
Os gauleses misturavam o vermelho da garança com o azul do pastel para conseguir uma bela tonalidade de violeta. Ainda hoje podem ser encontradas raízes secas de garança em bazares do Afeganistão, que são provavelmente utilizadas por tribos locais no tingimento da lã para tapetes.


P A S T E L

Planta (Isatis tinctoria) da qual são extraídos diferentes tons de azul. Também é conhecida do homem desde a Idade da Pedra Polida. Possui flores amarelas, mas somente as folhas são utilizadas.
Desenvolveu-se para o tingimento na Idade Média, sendo cultivada intensamente na Franca e, com o comércio, no restante da Europa, do Oriente Médio e no sul da Ásia.
Com a chegada do índigo à Europa (trazido por Vasco da Gama em 1516, ao descobrir o caminho das Índias), a glória do pastel chega ao fim. O índigo garantia uma tonalidade mais rica, além de oferecer uma produção mais fácil.


Í N D I G O

O azul índigo é extraído principalmente de uma planta de origem indiana (Indigofera tinctoria), mas também de outras variedades que crescem na Índia (onde já era usado em 600 a.C), no Egito, no Oriente Médio e na América. Os egípcios, fenícios e chineses conheciam o índigo há milhares de anos. Ainda na Antiguidade, chegava à Europa pela península árabe.
Foi obtido sinteticamente em 1880 e logo no fim do século XIX superou o índigo natural. Durante o tingimento, o índigo aparece como uma solução amarelada (chamada de índigo branco) e após a tintura a cor é regenerada por meio de oxidação – quando os tecidos são expostos ao ar, tornam-se verdes e, em seguida, azuis.

Q U E R M E S

Corante obtido da fêmea de um inseto que contem o pigmento vermelho escarlate. A espécie quermes (Kermes vermilio) vive como um parasita do carvalho quermes.
Conhecido desde a Pré-História, foi substituído pela cochonilha do México. Ainda é encontrado em determinadas regiões da França, Espanha, Portugal, Marrocos – mas encontra-se ameaçado de extinção.


Os insetos não podem ser criados, ao contrário da cochonilha e são comercializados depois de secos ao sol - quando adquirem a aparência de pequenas sementes brilhantes.

G A U D A

Planta herbácea (Reseda luteola) que tornou-se a principal fonte de amarelos, castanhos claros e oliva.
Como a garança, foi utilizada para tingir seda, lã, algodão e linho – sempre precedida por um mordente à base de alúmen ou de alúmen e tártaro.

Sementes de gauda foram encontradas em escavações na Suíça, datando de 10.000 a 4.000 a.C. Seu hábitat indica solos pobres, secos, arenosos ou calcários. Segundo Pezzolo, tudo leva a crer que a planta é originária da Europa – onde até hoje pode ser encontrada em estado selvagem.

P Ú R P U R A

Os primeiros testes da tintura à base de púrpura, um corante extraído do molusco múrice, datam de 1439 a.C. na Fenícia (onde hoje se situam Líbano e Síria). Segundo Pezzolo, “nenhuma outra tinta natural pode igualar seu esplendor, que no passado distinguia a elite e o poder” (p.173).
Na Grécia a cor era reservada às pessoas ricas e elegantes. Em Roma um regulamento designava quais pessoas estariam autorizadas a se vestirem de púrpura. No Antigo Testamento ela é mencionada como cor sagrada.
A Sicília tornou-se o centro da tintura a base de púrpura durante séculos, até ser substituída pelo carmim (proveniente da cochonilha). Em 1909, a fórmula química desse corante foi finalmente estabelecida por Paul Friedland.

C O C H O N I L H A

Inseto da família dos coccídeos, cujo corpo seco fornece um corante vermelho natural, o carmim. A cochonilha doméstica é a mais popular e pode ser encontrada nos cactus originários da América Central e já era conhecida entre as civilizações pré-colombianas, especialmente os incas do Peru. A Europa iniciou a importação a partir do século XVI, utilizando o carmim nas vestimentas militares de gala – pois oferecia grande resistência à luz, transpiração e lavagens. Os corantes sintéticos (1856-1869) acabaram ocasionando seu declínio.
Calculam-se 14.000 cochonilhas para 100g de corante! Oferece tons de rosa em tecidos não tratados com mordentes, mas varia do vermelho escarlate ao púrpura dependendo da natureza dos mordentes.

Os corantes naturais

As plantas são as fontes principais para a obtenção dos corantes naturais, mas eles podem ser obtidos também dos insetos, todos retirados da natureza e são compostos de materiais orgânicos procedentes dos três reinos:
ANIMAL, ossos, vísceras, ovos, marfim, moluscos e insetos;
MINERAL, pedras, cascalhos e terras;
VEGETAL, folhas, flores, cascas, frutos, sementes, madeira e raízes. Ricos em carbono, hidrogênio e às vezes azoto, eles fornecem várias concentrações pigmentarias.
Ainda segundo Uribarri (1994), alguns deles chegam a ter a mesma composição química, mesmo tendo diferentes origens. Alguns são ricos em hidrogênio, outros compostos de água e carbono e algumas neutras açucaradas ou feculentas. As flores e brotos dos vegetais, além de delicadas, apresentam dificuldades na extração devido à baixa concentração da substância corante. A cor da planta geralmente não corresponde à cor do corante a ser obtido.
Os corantes naturais só tingem fibras como linho, algodão, seda, lã, rami, e outras, e em sua maioria necessitam de substâncias coadjuvantes para a fixação das cores nas fibras

A arte textil

A arte da fiação e tecelagem chegou à Europa vinda da China e da Índia, onde já eram praticados alguns milênios antes de Cristo. Com a arte da tecelagem começou a se desenvolver também a tinturaria. Durante o Renascimento, a Europa precisava de quantidades crescentes de corantes naturais para satisfazer as necessidades de um comércio local cada vez mais ávido por roupagens coloridas. Devido à origem dos corantes e sua preparação artesanal, faziam com que alguns destes valessem mais do que o ouro.
Foi naquela época que os europeus passaram a conhecer o azul de índigo, procedente da Índia, e com a descoberta do Novo Mundo, a Europa viu surgir novas fontes de corantes naturais.
A arte têxtil e o tingimento com plantas são expressões artísticas complementares. Possuem elementos cuja beleza única não pode ser comparada aos produtos químicos e industriais. Infelizmente, a descoberta dos corantes químicos e seu uso indiscriminado contribuíram para acentuar a substituição dos corantes naturais e desta forma provocar o esquecimento deste saber sobre a origem das cores.
Os corantes químicos e sintéticos, por sua origem e propriedades, são substâncias densas e tóxicas. Obtidas a partir de derivados de petróleo e do carvão mineral, por um processo altamente poluente, estes corantes foram criados na Alemanha durante a Revolução Industrial, sendo sintetizados a partir das mesmas matérias-primas usadas para a produção de explosivos como, por exemplo, compostos orgânicos ricos em nitrogênio como a nitroglicerina ou TNT (trinitrotolueno).6
Segundo Pekin, (1856), um químico inglês, sintetizou a mauveina - o primeiro corante sintético já produzido. Pekin fundou uma fábrica, e logo estava produzindo outros corantes artificiais. Hoje, mais de 90% dos corantes empregados são sintéticos. Mesmo o índigo, um dos mais utilizados, foi obtido sinteticamente, em 1880, e as plantações desde logo deixaram de ser um bom negócio, pois o custo para a sua fabricação era menor do que para seu cultivo e extração.
Os corantes vegetais dão às cores uma relação direta com a luz. O uso destes na produção de produtos artesanais com certeza requer um processo mais elaborado, e o uso puramente comercial dos corantes químicos anula a autenticidade de um oficio capaz de integrar o homem à natureza. Os corantes naturais são substâncias vivas que interagem com o meio ambiente e suas cores se tornam mais intensas e luminosas durante o dia e mudam conforme as condições ambientais em que são expostos necessitando assim de cuidados especiais para manter a sua cor original.
Tingir com corantes vegetais é relativamente simples, mas as cores exigem um profundo domínio de alguns princípios químicos, físicos, matemáticos e botânicos. Procurar e coletar ervas, retirar liquens de rochas, cercas e árvores, reciclar resíduos do beneficiamento de madeiras e outros produtos.
Responsáveis pela coloração das tintas, as partículas sólidas, insolúveis em água, são depositadas superficialmente sobre as fibras do tecido, sendo fixadas através de resina sintética, ou seja, pasta mãe.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mais um pouco de História da Estamparia

HISTÓRIA DA ESTAMPA

Quando vestimos uma peça estampada não temos nem idéia de como, e quando foi criada essa técnica de estampar tecidos, então vai ai um pouco da história:

Dos vários e diferentes métodos de estamparia a técnica de uso de blocos de madeira é a mais antiga surgiu no final do século XVII. Mais tarde na década de 1750 surgiram as estampas utilizando a tela de stencil e os rolos de cobre gravados. Os fenícios produziram os primeiros tecidos estampados, usando o método de estamparia em blocos e a tecelagem trabalhada em fios de diversas cores formando estampas muito apreciadas pelo mercado. Outro método usado era o stencil, em diferentes estamparias, além de bordados em cores ricas e vibrantes.
 
Na verdade, tecidos estampados apenas passaram a ser utilizados na Europa após o século XVII. Porém, existem exemplos de estamparia utilizando blocos de madeira sobre linho, durante a Idade Média, técnica esta que foi muito provavelmente trazida da Ásia e introduzida pelos romanos na Europa. A Índia era mestra na arte de estamparia sendo que seus produtos superavam, em muito, o trabalho feito pelos Persas e Egípcios.